quinta-feira, 28 de maio de 2015



Paul Klee




Comedians' Handbill, 1938
Paul Klee (German, 1879–1940)
Gouache on newsprint; 19 1/8 x 12 5/8 in. (48.6 x 32.1 cm)
The Berggruen Klee Collection, 1984 (1984.315.57)


Paul Klee,  suiço naturalizado alemão, foi pintor e poeta  e por essa relação,  ele se encaixa muito bem no contexto da arte e da literatura convergindo.  Como um grande nome da arte moderna, não se vinculou exclusivamente a nenhuma corrente de vanguarda, porém foi influenciado por todas.

Dentro do contexto do século XX surgem vertentes que vão reconhecer que a origem da arte é imagética e que as artes plásticas e a poesia tem uma formação semelhante, isso favorece a visão de artistas e o mundo da arte para a união dessas duas.  Nesse período é quando Paul Klee justamente começa a inserir a letra dentro de suas composições com características abstratas. 
 Ele começa a partir de 1920,  uma arte de signos, caligráfica e voltada dentre outras coisas  a plasticidade da letra,  Klee aqui se aproxima das artes chinesas e japonesas pelo emprego do ritmo dos signos com os vazios. 

Sabine Rewarld do departamento de arte moderna e contemporânea do MET(The Metropolitan Museum Of Art), vai ainda relatar que essa segunda obra tem como sua base uma folha de jornal que Klee cobre com tinta guache e enche de signos como letras, formas abstratas e  outros elementos. O que seria uma ironia  já que ele apaga a letra e o texto para cobrir com arte, a letra como material fora de seu significante e tornado mais um elemento da obra de arte. 
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                                                                                                                             por Alice Leite Costa  

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Poesia Concreta - O projeto verbivocovisual

O site http://www.poesiaconcreta.com/ reúne uma síntese de artistas e suas obras. Inclui também em sua página inicial o Plano piloto da poesia concreta
Plano piloto da poesia concreta 1958:
"Ideograma: apelo à comunicação  não verbal. O poema concreto comunica a própria estrutura, conteúdo. O poema concreto é um objeto em si mesmo, não um intérprete de objetos exteriores e/ou sensações mais ou menos subjetivas. O seu material: A palavra (som, forma visual, carga semântica). O seu problema: Um problema de funções relações desse material. Fatores de proximidade e semelhança, psicologia de gestalt. Ritmo: Força relacional. O poema concreto, usando o sistema fonético (dígitos) e uma síntese analógica, cria uma área linguística específica - "verbivocovisual" - que participa das vantagens da comunicação não verbal sem abdicar das virtualidades da palavra. Com o poema concreto ocorre o fenômeno da metacomunicação : coincidência e simultaneidade da comunicação verbal e não verbal, com a nota de que se trata de uma comunicação de formas de uma estrutura-conteúdo, não da usual comunicação de mensagens."

Um dos poetas citados no site é Ronaldo Azeredo , que participou do lançamento oficial da poesia concreta na I exposição de arte concreta no MAM/SP
  Velocidade é praticamente um emblema da poesia concreta
Postado por: Vitória Sperandio

terça-feira, 26 de maio de 2015

Augusto de Campos

Augusto Luís Browne de Campos  é um poetatradutor e ensaísta brasileiroÉ um dos criadores da Poesia Concreta, junto com seu irmão, Haroldo de Campos, e Décio Pignatari, que ao romperem com o Clube de Poesia, lançaram a revista Noigandres. Usando recursos visuais como a disposição geométrica das palavras na página, a aplicação de cores e de diferentes tipos de letras.
Sua obra dialoga com a música, tem parceria em canções gravadas por Caetano Veloso e Arrigo Barnabé e gravou o CD Poesia é Risco, junto com o filho Cid Campos
Caetano Veloso oraliza o poema "dias dias dias" , de Augusto de Campos:


Postado por Vitória Sperandio

sábado, 23 de maio de 2015

 
Arnaldo Antunes é criador de diversos poemas visuais como este, chamado "RIO: o ir", cuja data não é identificada e que exige cuidado e atenção em sua análise. Tem sua importância, para mim, ligada às multiplas interpretações metafóricas possíveis: a constante movimetação do rio, e, consequentemente, da vida; a forma círcular de disposição, indicando característica cíclica. É notável também a musicalidade intríseca ao poema,  unindo as linguagens artísticas e a manifestação brasileira novamente no campo conceitual plástico.
 
Postado por: Mateus Saraiva

 
 
Pode-se definir como Caligrama uma tipologia de poema que forma visualmente símbolos tematizados pelo próprio poema utilizando seus verbetes, numa relação de correspondência e ligação. Sendo assim, o francês Guillaume Apollinaire é citado como um dos responsáveis pela reutilização desse modelo literário no contexto das vanguardas europeias. O exemplo citado acima data de 1915 e o posterior, de cerca de 1913. Escolhi tais obras pois penso que é crucial que as vanguardas sejam apontadas como uma iniciação à junção de texto e imagem, uma vez que os manifestos escritos (como o cubista, de Apollinaire) funcionavam como ponto de partida e inspiração para a produção visual.
 
 
Postado por: Mateus Saraiva
 

 

 
 
  



 
Por volta de 1957, Décio Pignatari, poeta concreto, realiza a desconstrução do slogan da marca Coca-Cola e o insere numa espécie de antipropaganda que funciona a partir de um jogo de palavras que se relacionam por meio de sua fonética. De caráter predominantemente musical, o Moteto em Ré Menor não exclui as linguagens literária -por se tratar de um poema- e visual. A obra articula forte crítica ao consumismo e à sociedade capitalista do século XX. Outro ponto a ser analisado é o poder de síntese de composição feito com o símbolo da marca norte americana. É interessante, também, do meu ponto de vista, que seja nacional e que as características principais do Concretismo estejam presentes: a abolição do verso e a possibilidade de múltiplas leituras.

 
Postado por: Mateus Saraiva


sexta-feira, 22 de maio de 2015







Stéphane Mallarmé, quando lançou, em 1897, o seu Un Coup De Dés Jamais N'Abolira Le Hasard, constituiu-se como um divisor de águas na história da literatura. O poeta, responsável por fazer com que as palavras sacudissem de si a cal rígida que as revestia, atribuiu-lhes outras formas de leitura sobre a superfície do papel branco, dessacralizando em poucas páginas séculos de uma poesia engessada na estrutura convencional do verso. Mallarmé percebeu a visualidade e a oralidade do poema, que de repente conquistava espacialidade além de temporalidade. O texto literário determinado e determinante dava lugar, assim, a uma escrita em que a mobilidade e a sugestão foram legitimadas.
O espaço mallarmaico se situa como fonte constante de reflexão e geração de ideias. A referência a ele está presente nas produções contemporâneas que envolvem o diálogo entre texto e imagem, como uma possibilidade de expansão da página e valorização de cada um dos elementos que a compõem, desde os aspectos semânticos do texto à sua visualidade e aos intervalos, conferindo relevância ao espaço em branco no processo de significação.
Os espaços em branco, os intervalos entre um bloco de texto e outro, portanto, são fissuras no corpo da linguagem, são vãos que permitem entrever um abismo pleno de possibilidades, que convida ao preenchimento e que, por sua capacidade de conter (e completar) tudo quanto se possa imaginar dentre os marcos visuais e semânticos compostos pelos textos, é mais prolixo do que sucinto. Nestes espaços se pode ler sem palavras e se pode construir imagens que não se apresentam na materialidade. 

Postado por: Léo Tavares