Stéphane
Mallarmé, quando lançou, em 1897, o seu Un
Coup De Dés Jamais N'Abolira Le Hasard, constituiu-se como um divisor de
águas na história da literatura. O poeta, responsável por fazer com que as
palavras sacudissem de si a cal rígida que as revestia, atribuiu-lhes outras
formas de leitura sobre a superfície do papel branco, dessacralizando em poucas
páginas séculos de uma poesia engessada na estrutura convencional do verso.
Mallarmé percebeu a visualidade e a oralidade do poema, que de repente
conquistava espacialidade além de temporalidade. O texto literário
determinado e determinante dava lugar, assim, a uma escrita em que a mobilidade
e a sugestão foram legitimadas.
O espaço mallarmaico se situa como fonte constante de reflexão e geração de ideias. A referência a ele está presente nas produções contemporâneas que envolvem o diálogo entre texto e imagem, como uma possibilidade de expansão da página e valorização de cada um dos elementos que a compõem, desde os aspectos semânticos do texto à sua visualidade e aos intervalos, conferindo relevância ao espaço em branco no processo de significação.
Os espaços em branco, os intervalos entre um bloco de texto e outro, portanto, são fissuras no corpo da linguagem, são vãos que permitem entrever um abismo pleno de possibilidades, que convida ao preenchimento e que, por sua capacidade de conter (e completar) tudo quanto se possa imaginar dentre os marcos visuais e semânticos compostos pelos textos, é mais prolixo do que sucinto. Nestes espaços se pode ler sem palavras e se pode construir imagens que não se apresentam na materialidade.
O espaço mallarmaico se situa como fonte constante de reflexão e geração de ideias. A referência a ele está presente nas produções contemporâneas que envolvem o diálogo entre texto e imagem, como uma possibilidade de expansão da página e valorização de cada um dos elementos que a compõem, desde os aspectos semânticos do texto à sua visualidade e aos intervalos, conferindo relevância ao espaço em branco no processo de significação.
Os espaços em branco, os intervalos entre um bloco de texto e outro, portanto, são fissuras no corpo da linguagem, são vãos que permitem entrever um abismo pleno de possibilidades, que convida ao preenchimento e que, por sua capacidade de conter (e completar) tudo quanto se possa imaginar dentre os marcos visuais e semânticos compostos pelos textos, é mais prolixo do que sucinto. Nestes espaços se pode ler sem palavras e se pode construir imagens que não se apresentam na materialidade.
Postado por: Léo Tavares
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