quinta-feira, 18 de junho de 2015

a.Millôr // d.Millôr

Impossível não terem falado dele antes!

Por Felipe Alve.Oli.
Millôr Fernandes não inventou as charges, mas mudou completamente os rumos do humor no Brasil. Antes dele, a crítica da sociedade e principalmente da política era restrito. Millôr ampliou essa percepção. Propôs uma visão oblíqua do humor,  de caráter multifacetado e mostrando que não há classificações ou subdivisões possíveis. O humor pode estar no traço, mas está também nas letras, no teatro, na poesia, no soneto, no aforismo, no haicai. 

Disseram que em dezembro de 2012 o mundo acabaria, e Millôr se antecipou, foi-se em março. De fato, um mundo acabou sem Millôr. Antes de ir, deixou profecias: 




O que prevejo imediatamente

Com otimismo: 
Daqui a seis anos, teremos, incrustado nos ombros, um terabyte-chip (1.099,511,627,776 bytes) anulando a gravidade individual. Vamos voar como os pássaros! Em percursos locais, depois o mundo. Isso eliminará a praga do nosso tempo, o automóvel-individual, trambolhão egoísta, custoso, poluente, assassino. 

Com pessimismo: 
Até o fim do ano, é, estou falando de 2020!, já terá um severino qualquer mandando instalar no corpo um mega-chip (1.048,576 bytes) do Google com todas as informações existentes no mundo. Toda a VEJA, todo o New York Times, toda a Folha, tudo. Qualquer coisa que você disser, ele responderá na bucha. Ele sabe!



Henrique Rodrigues, escritor e crítico de literatura da PUC:

“Ele fazia poemas concretos, antes de existir o movimento concretista. Ele já escrevia de forma concisa e em frases curtas muito antes de existir o computador e ferramentas como Twitter. A própria irreverência do Pasquim, do qual foi um dos fundadores, foi antecipada pelo Pif-Paf, uma coluna de humor político e contestatório que ele mantinha na imprensa”, considerou sobre Millôr.





Assim, o brilho do humorista Millôr se confundiu com o do dramaturgo, do jornalista, do cronista, do cartunista. E também do linguista. Com aforismos elípticos, jogos de palavras e trocadilhos surrealistas, sua desobediência sintática e semântica o permitiu brincar com as palavras e com as contradições da língua. Sem impor seu estilo como norma, passou por cima das normas do estilo, ignorando regras gramaticais e criando neologismos. Vem daí a sua auto-definição: “um escritor sem estilo.


Fontes:
http://www2.uol.com.br/millor/index.htm
http://revistameio-fio.blogspot.com.br/2012/04/millor-fernandes-humor.html
http://esquizofia.com/tag/millor-fernandes



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