Hugo Ball foi o inventor destes poemas sonoros, que tornaram a forma preferida
dos artistas dadaístas no palco. No poema sonoro, a ordem tradicional, a interação
entre som e significado, é abolida. As palavras são dissecadas em sílabas fonéticas
individuais, esvaziando assim a linguagem de qualquer sentido. Por fim, os sons
são recombinados numa nova imagem sonora. Este processo rouba da linguagem a sua
função, pois, segundo a visão dos dadaístas as instruções, comandos, e a transmissão
de informação tinham privado a linguagem de sua dignidade. "Com estes poemas sonoros",
disse Hugo Ball para justificar as suas intenções "nós queríamos prescindir da linguagem que
o jornalismo tinha tornado desolada e impossível". Em vez disso, os dadaístas
procuram restituir as palavras à sua imaculada inocência e pureza. Outros dadaístas
procuraram estetizar o seu material escrito dispondo as sílabas de forma a produzir
composições de quadros sonoros musicais em verso através da repetição e do ritmo.
Postado por: Alexandre Gonzaga.
Fonte: Dadaísmo - Autor: Dietmar Elger
Nenhum comentário:
Postar um comentário