sexta-feira, 3 de julho de 2015


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Marcelo Solá


Marcelo Solá passou a ser reconhecido, desde cedo, pela sua produção em desenhos. Riscos, palavras e frases inarticuladas, grafadas em variações diversas, ora intensas e cortantes, ora sob a forma de manchas translúcidas, alternadas com grandes áreas opacas de grafite denso, ocupavam as folhas de papel em composições desequilibradas e tensas. Se o desenho é tido como uma forma de expressão mais íntima, ligada àquilo que vemos e que tentamos reter do visível; se a própria escrita é o desenho através do qual o pensamento se materializa, o desenho de Solá revela-se a expressão de um intimismo dramático, ao mesmo tempo que desconexo. Um espaço onde as coisas flutuam como, aliás, parece flutuar ao redor de nós as coisas e situações deste nosso mundo tão carente de sentido. Mas seu desenho também tem algo de humor. E o artista não atua somente nesta área. Este foi o caso da sua participação na XXV Bienal de São Paulo, em 2002, quando apresentou uma instalação composta por escultura, desenhos e um desenho/pintura mural. Um ambiente pesadamente sombrio, integralmente realizado em preto e branco, no qual, ao lado de um mural composto por um enorme plano preto recortado por camadas de túneis e palavras enterradas, havia uma espécie de avião formado por carrinhos em que se conduzem os caixões nos cemitérios.
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Postado por: Matheus de Freitas Soares.

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