sexta-feira, 3 de julho de 2015


Paulo Roberto Barbosa Bruscky (Recife PE 1949).    Artista multimídia, poeta. 

 Na década de 1960, inicia pesquisa no campo da arte conceitual, e a partir de 1970 desenvolve pesquisas em arte-xerox. Em 1973, atua no Movimento Internacional de Arte Postal, sendo um dos pioneiros no Brasil nessa arte, e no ano seguinte lança o Manifesto Nadaísta. Organiza duas exposições internacionais de arte postal no Recife nos anos de 1975 e 1976, sendo esta última fechada pelos militares brasileiros. 
Suas experiências com arte postal, áudio-arte, videoarte, artdoor e xerografia/faxarte, são apontadas como pioneiras dentro das discussões acerca da utilização de novos meios na arte brasileira. A dissolução das fronteiras entre as linguagens artísticas está presente na produção do artista desde o fim da década de 1960.

Na década de 1970, a experimentação de novos meios como o xerox, pela sua possibilidade de reprodução rápida e fácil, aliou-se à abrangência e universalidade da arte postal. Os carimbos e cartões postais são freqüentemente recriados e distribuídos em redes alternativas.

Cria, em 1980, o xerox-filme com base em sequências xerográficas. Com a Bolsa Guggenheim de artes visuais recebida em 1981, reside por um ano em Nova York. Nesse ano, expõe na sala especial sobre arte postal montada na 16ª Bienal Internacional de São Paulo. É editor de livros de artistas e mantém em seu ateliê no Recife importante coleção de livros e documentos sobre arte contemporânea, entre eles correspondência com integrantes dos grupos Fluxus e Gutai.
 Realiza 30 filmes de artistas e videoarte entre 1979 e 1982, e começa a produzir videoinstalações em 1983. Algumas obras em arte-xerox encontram-se reunidas na publicação Alto Retrato, de 2001, em que parte de retratos seus e de cenas urbanas sobre as quais realiza interferências com desenhos, legendas e carimbos, com grande ironia, questionando a sociedade e também o sistema das artes.
Em 2004, seu ateliê é integralmente transferido do Recife para São Paulo, sendo remontado em uma das oito salas especiais da 26ª Bienal Internacional de São Paulo. Na América Latina, o conteúdo desses trabalhos, nos difíceis anos de 60 e 70, foi eminentemente político. A arte postal constituiu-se, naquele momento, numa estratégia de liberdade diante do contexto político opressor. Naquele momento, o trabalho de Paulo Bruscky foi de vital importância.

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